Wash (away)

Hoje fui cortar o cabelo. Não que eu tenha muito cabelo para ser cortado, ou que eu faça isso com frequência, mas na boa, tava precisando. Mas não foi exatamente isso que me chamou a atenção, o que realmente marcou minha ida à cabelereira (ah… que saudades dos barbeiros…isso sim era coisa de macho) foi a estagiária, mas não de uma maneira muito positiva. Quando entrei lá e vi que havia uma menina nova já pensei: "Me ferrei…". Não deu outra. Primeiro que ela estava realmente disposta a mostrar serviço, então fazia de tudo para agradar, desde limpar cabelos inesistentes do chão, a moça nem tinha terminado de passar a máquina e ela já estava varrendo, até limpar os inesistentes cabelos do meu nariz com aquele maldito pompom de líder de torcida cheio de talco. De onde veio a brilhante idéia de colocar talco naquele instrumento demoníaco??? Especialmente quando um dos fregueses – eu – espirra com qualquer pózinho que entre no nariz. Bom, duas horas de espirro depois voltamos à cadeira da tortura. Antes de cortar o cabelo com a tesoura, nada como uma boa lavada. Estava feliz pois a garota ia ficar de canto quando ouvi a frase: "Fulana (não me lembro o nome dela), lava o cabelo dele por favor". Eu achei ter escutado lava o cabelo dele, mas na verdade ela deve ter pedido pra menina me dar banho, porque a única parte do meu corpo que não foi molhada foi o cabelo. Mais um pouco e eu pedia uma toca de banho pra colocar na cabeça, achei que ela não podia molhar meu cabelo pra não estragar a chapinha… Lá se foram mais duas horas de pedidos de desculpa e toalhas que ficaram molhadas. Então, depois que a tesoura foi guardada veio a aparada final com a máquina que faz o aparo final (redundante, mas se existir um nome científico pra isso, eu não sei), porém a bendita maquininha não pegava. "Fulana, você carregou a maquininha como eu pedi?"… Preciso dizer a resposta? Resumo, mais duas horas ouvindo as outras mulheres que estava lá falar sobre o "affair" novo de uma delas e eu finalmente estava com o cabelo cortado. Eis que ressurge o pompom. Mas dessa vez eu nem dei tempo da menina pensar em pegar ele, corri pra porta, paguei e disse: "pode deixar que vou tomar banho em casa". É… longa vida aos estagiários…